Instituição participa dos debates sobre atuação em calamidades e
realiza visita técnica em locais atingidos pelo desastre de 2015.


A Organização dos Águias escreve mais um importante capítulo na sua história sendo a única Instituição representante do Estado do Rio de Janeiro ao participar da mesa de debates do Centro Logístico Humanitário Nacional. Representado pelo Mestre dos Águias, Avt 1º Mestre Cleiton Pimentel, Comandante-Chefe da Instituição e pelo Expedicionista Márcio Raphael, Comandante da 2ª Brigada Verde (filial Nova Friburgo), o Padrão Águias se faz presente e atuante para aperfeiçoar a sua conduta de cumprir os seus princípios da defesa do meio ambiente e preservação da integridade da vida. O evento, realizado nos dias 03 e 04 de novembro/2018 no Município de Mariana, no Estado de Minas Gerais, reuniu profissionais dos Órgãos de Defesa Civil do Estado de São Paulo e Minas Gerais, Pesquisadores e Professores Universitários e autoridades responsáveis pela atuação direta em todas as situações de emergências, calamidades e eventos extremos climáticos. Nas discussões, profissionais do Brasil, Venezuela e do Qatar, além de representantes das comunidades atingidas defenderam a importância de um fortalecimento para a preparação técnica para a atuação mais eficaz na resposta aos desastres.
O evento também destacou o lançamento do livro “Logística Humanitária – Metodologia de Centros de Gestão de Donativos em Desastres”, de autoria de Douglas Sant´Anna, uma das mais conceituadas personalidades no assunto. A importante obra que é um verdadeiro instrumento para a atuação em situações adversas, tem por objetivo servir de base para auxiliar a implantação de Centros Logísticos Humanitários em situações que exijam o controle, a organização e a provisão de meios mínimos e eficazes para assegurar à integridade da vida, cujas ações devem ser bem compreendidas por profissionais e instituições públicas e privadas.
O livro é um importante instrumento técnico para emprego na prática e é constituído de uma metodologia eficaz já empregada em grandes desastres e visa a contribuição para o emprego de técnicas que vão desde o controle, organização e acondicionamento de alimentos e materiais, além de dinâmicas de funcionamento, sistema de informações, segurança estrutural e das equipes envolvidas no trabalho, estabelecimento de rotinas seguras e principalmente na manutenção durante o período da necessidade.
Douglas Santana disse aos representantes dos Águias que a sua obra é para contribuir de maneira simples e metódica na atuação correta de todos para a minimização de sofrimentos. Douglas enfatiza a importância de estar atento para enfrentar a realidade e a partir de conhecimentos e experiências visa a multiplicação de meios e atitudes para as ações mais eficazes, cujo valor maior é a capacidade de esclarecer e trazer à tona todo o processo de ajuda humanitária que contribui para uma sociedade organizada nos momentos de que mais necessita. Douglas Sant`Anna, lembra que a operação de logística humanitária quando bem estruturada tem o poder de aliviar as necessidades e amenizar o sofrimento da população atingida, cuja ação corresponde a 90% dos esforços empregados gerenciando suprimentos, recursos e esperança. Após o lançamento oficial do Livro, o Padrão Águias foi contemplado com um exemplar da Obra para o seu acervo técnico, o que servirá de importante instrumento de aperfeiçoamento das suas atuações em situações adversas e como peça de multiplicação de conhecimentos.


Em visita técnica nos distritos de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, locais duramente afetados pelo rompimento da barragem de rejeitos de minérios da Empresa Samarco, em novembro/2015, as equipes formadas pelos Expedicionistas do Padrão Águias, Agentes de Defesa Civil, Corpo de Bombeiros Militar, Bombeiros Civis, Guarda Municipal, representantes da Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania, Secretaria de Meio Ambiente, Pesquisadores Acadêmicos, moradores atingidos e Voluntários puderam percorrer o caminho do trágico desastre.


Um verdadeiro cenário de guerra, sem palavras para descrever o sentimento de impotência diante da devastadora força da natureza. A lama de rejeitos químicos por onde passou levou, além de estruturas físicas e psicológicas, arrancou uma identidade cultural e anulou o pertencimento à terra, tornando-se um espaço vazio guardado na memória.


Dr Juliano Barbosa, Secretário de Desenvolvimento Social e Cidadania do Município de Mariana, MG falou da importância do evento para se pensar numa estrutura física e logística com vistas a ampliar a visão das ações de preparação e resposta. O Secretário enfatizou a vulnerabilidade das barragens e frisou a importância da estruturação de uma rede de proteção integrando as demais políticas para a efetivação dos serviços, especialmente os abrigos de proteção civil. Juliano enalteceu a necessidade do trabalho voluntário como suporte vital às ações do poder público e que esses devem ser bem acolhidos e treinados para uma atuação eficaz, ressaltando que as ações de resposta no município durante o rompimento da barragem foram consolidadas pelo trabalho voluntário.
Durante a visita técnica nos locais atingidos pelo rompimento da barragem, perguntamos alguns representantes dos Órgãos de Defesa Civil sobre a importância de participar de tal evento, sendo enaltecido por todos a necessidade do olhar de perto e da importância vital do treinamento para a prevenção e orientação à população.
EVENTO MARCA O ENCONTRO DE ÓRGÃOS DE DEFESA CIVIL E FORTALECE INTEGRAÇÃO COM A ORGANIZAÇÃO DOS ÁGUIAS
DEFESA CIVIL DE MARIANA, MG
André Machado, Agente Operacional da Defesa, disse da importância da capacitação em logística humanitária para a atuação do Órgão, pois ainda há pouco conhecimento e muita falta de estrutura. O Agente ressalta a vital necessidade de se estabelecer uma integração com os outros Órgãos para o conhecimento de suas realidades e assim a criação de uma rede para fazer que chegue aos governantes a necessidade de se estruturar o trabalho para as ações eficazes do antes, durante e depois.
DEFESA CIVIL DE CONGONHAS, MG.
Wagner Matosinhos, Coordenador da Defesa Civil do Município de Congonhas, Minas Gerais diz que a participação dos Órgãos é uma oportunidade única para poder vivenciar de perto e estar além das notícias da mídia. O Coordenador ressalta que, principalmente os municípios que possuem barragens devem estar cientes dos riscos e de sua atuação diante dos perigos.
DEFESA CIVIL DE ITAQUAQUECETUBA, SP
Anderson Silva, Coordenador da Defesa Civil do Município de Itaquaquecetuba, São Paulo, destaca que participar de tal evento é algo imensurável, porque retrata a necessidade da prevenção. O coordenador enfatiza que há grande importância dos órgãos de Defesa Civil estarem in loco para se colocarem no lugar das vítimas e poder traçar de maneira clara todas as situações nos momentos adversos principalmente as rotas de fuga. Anderson chama a atenção para a necessidade de uma comunidade bem treinada para poderem agir corretamente nos momentos de emergência.
O OLHAR INTERNACIONAL
O Médico Amin Costa, representante do Qatar falou da importância de treinar voluntários para uma atuação eficaz em todas as situações. Amin destacou que no Oriente Médio para ser voluntário de ajuda humanitária, o candidato deve passar por um treinamento rigoroso de pelo menos dois anos para receber tal título que o credencia à atuação. Gerardo Reys, representante da Venezuela falou da importância da preparação continuada de Voluntários nas próprias comunidades, pois a sua atuação são mais eficazes porque conhecem de perto a realidade de onde estão inseridos.


O Expedicionista Márcio Raphael, Comandante da 2ª Brigada Verde destacou a importância da participação da Instituição na busca constante pelo conhecimento e frisou a necessidade do Expedicionista pisar nos territórios e ver de perto toda a realidade. Márcio falou da preparação constante de todos os atores que se propõem estar a serviço de minimização de riscos e danos. O Expedicionista ressalta o engajamento para a preparação de pessoas e comunidades para uma resposta eficaz dentro do seu contexto, citando a experiência da atuação do Projeto Comunidade Alerta, que tem como proposta a preparação da sociedade para se prevenirem e se instrumentalizarem em conhecimentos básicos de primeiros socorros e atuação em situações adversas.


O Mestre dos Águias que possui larga experiência no comando de gerenciamento de crise em situações de emergências e calamidades destaca que é preciso haver um envolvimento de todos os poderes constituídos unindo as forças de proteção, propiciada pela iniciativa privada através de Organizações Não-Governamentais, para a soma de esforços para a eficiência e eficácia das ações, e, fundamentalmente para que haja um entendimento e uma linguagem única para salvar vidas. O Mestre enfatiza que um dos grandes desafios das estruturas da segurança e proteção e defesa social é, sem dúvida o treinamento e a preparação de pessoas para atuarem corretamente num momento tão difícil. O Mestre finaliza dizendo que, historicamente os eventos extremos climáticos e a falta de manutenção nas estruturas montadas pelo homem estão numa agenda oculta e quando chegam sem avisar, devastam e rompem a vida cotidiana, muda os hábitos, assola a sociedade e compromete o desenvolvimento social e humano, deixando cicatrizes muitas vezes irreparáveis.


Parabéns ao Padrão Águias na busca constante pelo aperfeiçoamento e na preparação de seus integrantes. Sempre Presentes e Atuantes.
MATÉRIA: CEDIR / PAAO (CECP) – FOTOS: DIVULGAÇÃO