Por Cleiton Pimentel
É preciso entendermos que os famosos e fáceis copinhos (plásticos polipropileno) com suco doce que são descartados no meio ambiente, em vias públicas e nos terrenos baldios, além de contribuírem para o entupimento de bueiros, galerias e espaços naturais, causam muito mais problemas, além de alagamentos e poluição. Se queimados, a fumaça tóxica contribui significativamente para doenças respiratórias e pulmonares, além de poluir e deixar pesado o ar que respiramos.
Mas, o que chama a nossa atenção, além de todo esse conjunto de problemas é o fato de que esses copinhos quando são jogados em diversos locais eles contribuem fortemente na proliferação de vetores, principalmente baratas e ratos, por conterem resíduos de suco adocicado. Além de ratos e baratas os copinhos se enchem de água, ocasionando a proliferação de mosquitos de diversas espécies.
A facilidade do consumo desses copinhos (por conter sucos adocicados) e pelo baixo custo acabou tornando a nossa sociedade acostumada pelo excesso da facilidade e pelo consumo exagerado, além de serem fortes aliados às causas de diabetes em crianças e jovens.
Mas, o que queremos aqui é enaltecer a necessidade de mudarmos atitudes através do consumo responsável e provocar nas pessoas a sensibilidade de, além de adotarem a prática de não consumir exageradamente e não descartar nenhum resíduo sem a destinação correta.
De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei nº 12.305/10, há uma necessidade urgente, permanente e contínua para o enfrentamento dos principais problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos no país. A esta necessidade estabelecemos atitudes mitigatórias para reduzir sensivelmente às práticas inadequadas de descartes de copos de plásticos em vias públicas e consequentemente utilizar como estruturas para o plantio de mudas de árvores para a recuperação de áreas degradadas.
Quando estamos com o copinho cheio em nossas mãos, de certo não percebemos que parte é alimento e parte é lixo. Quando ainda está em minhas mãos o problema é meu. A partir do momento que jogo fora e viro às costas, o problema passa a ser da sociedade. Essa lógica perversa muitas vezes atropela o nosso pensamento e modo de agir. Vivemos constantemente dizendo que a sociedade não tem consciência. Afinal de contas, o que é a sociedade senão cada um de nós ?
A ONG Padrão Águias da Aventura Objetiva que constitui Brigadas Verdes de Proteção ao Meio Ambiente, desde a sua fundação em 06 de maio de 1985, vem educando pelo exemplo, estruturada nos princípios fundamentais de atuar na defesa do Meio Ambiente e na preservação da integridade da vida. Dentre os seus vários trabalhos considerados referência em Educação Ambiental, o Projeto de “Banco de Mudas” se destaca pelo alcance e impacto social de sustentabilidade atingindo a todos os públicos e localidades, especialmente nos centros urbanos, regiões periféricas, comunidades rurais de agricultura familiar, bem como áreas vulneráveis e de risco social, em consequência de degradação e mau uso do solo, onde são frequentes as práticas de descartes inadequados de resíduos sólidos e poluição das águas.
O Projeto Banco de Mudas é uma iniciativa do Padrão Águias da Aventura Objetiva para atuar no reflorestamento de áreas degradadas, consolidando a preparação de mudas de espécies nativas da Mata Atlântica e outras formas de vegetação a partir de seleção de sementes cuidadosamente germinadas. Em consequência, a Instituição também alia à produção de mudas na alternativa sustentável na gestão do resíduo sólido a partir de reutilização de copinhos de plástico de polipropileno. A maior parte desses copinhos são descartados inadequadamente em vias públicas e causam entupimentos em bueiros, causando alagamentos, além de permanecerem por muitos anos no meio ambiente.
A produção de mudas de árvores e outras plantas possibilitam a geração de renda para pessoas, grupos e Instituições para a sua manutenção, além de potencializar o plantio de árvores.
O Projeto já produziu cerca de 10 mil árvores e recolheu do meio ambiente cerca de 500 mil copinhos, além de mobilizar comunidades acadêmicas científicas, empresas, grupos organizados e comunidades. É Atitude de Responsabilidade com o Planeta.
Precisamos modificar as nossas atitudes diante do mundo.
