HUMANIDADE EM DECLÍNIO

Por Cleiton Pimentel

Não podemos negar que estamos vivendo numa época que talvez só imaginávamos serem cenas de criações artísticas de um trágico filme onde o terror dizimando a vida seria apenas nas telas dos cinemas. Lamentavelmente estamos diante de uma realidade ainda mais perversa. A humanidade está em declínio. Não podemos nos esquecer de que somos os grandes responsáveis pelo extermínio da própria espécie.

O que estamos vendo (e muitas vezes fingindo que está tudo bem) diante dos nossos olhos, da nossa consciência é algo simplesmente, surreal. Estamos preocupados com o dia de hoje, o momento, o agora e como se não bastasse nos acostumamos em endeusar as facilidades da vida encapsulados e curvados numa tela tecnológica nos dispositivos de celulares, televisores e nos mais modernos e sofisticados abraços virtuais, cujas expressões não passam de amor na tela, sem a verdadeira expressão de corpo, alma e espírito, como é, ou deveria ser a constituição humana. Aliás, por falar em humano, não raro deixarmos de lado o sentimento, a sensibilidade do olhar, do querer, do ser… De fato, humano nós estamos cada vez mais nos remetendo às estruturas da coisa e há muito tempo nos transformamos em ter-humano. Apesar dos grandiosos avanços tecnológicos, que tem a sua indiscutível importância, não estamos preparados para compreendermos o papel da essência da vida, o respeito à integridade, a dimensão, a dor e fundamentalmente o amor. Sim, o amor, nessa concepção o Amor Maior da nossa existência.

Será que nem um pouco nos toca e nos faz lutar para que a vida seja livre e respeitada ? Será que nem um pouco nos sensibiliza para abrirmos mão (pelo menos alguns momentos) da dependência da zona do conforto para sermos mais gente ? O que estamos fazendo para mudar a realidade perversa da destruição, do extermínio, da usurpação e dizimação da vida dos seres deste Planeta ? Por onde estão as doutas religiões, os movimentos, as Instituições da Sociedade, dos Governos ? Por onde andam a juventude que tem o poder de mudança, de grito, de liderança, de choro, de piedade ? Talvez todos esses atores (muitas vezes protagonistas) estão por toda parte revolucionando, gritando, brigando e erguendo a bandeira da indignação sem sair do sofá da sala, da telinha sofisticada do celular, em redes sociais virtuais como se isso fosse mudar algum desmatamento (seja na Amazônia ou próximo ao quintal da sua casa ou no lixo imundo na sua calçada, não importa… a vida não tem fronteira). É preciso compreender definitivamente que não se apaga incêndio com protesto virtual e nem tampouco com falácias politiqueiras e horrendas, um tanto hediondas para tentar mudar opiniões de idiotas enquanto vidas estão sendo queimadas, florestas destruídas para servirem de subsídios para terroristas verdes se beneficiarem com vastas plantações e criações de gado ou o estabelecimento de riquezas construídas de selva de pedras. Enquanto estamos preocupados com os mais variados status de necessidade de mostrarmos o que estamos sentindo e o que o outro deve saber sobre o que eu sou, a vida pede socorro, os pastos viram cinza, a vida grita por liberdade e a ignorância humana finge que está indignada cobrando não sei de quem e para quem para tomar uma atitude que não temos coragem de mudar nem ao nosso redor. De fato, a humanidade está em declínio. Precisamos acordar e agir, rápido, agora ! Ou vamos nos render à carbonização da ignorância.

Cleiton Pimentel, Comandante-Chefe do Padrão Águias da Aventura Objetiva

As fotos dessa matéria: Portal Época, Portal Clima e Edmo Gonçalves.

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